Hemp Museum de Barcelona
Tudo começa aos pés de uma escada reformada ao princípio do século XX, por ela vamos subindo e adentrando no mundo do Cânhamo. Esta planta, que foi domesticada a milhares de anos atrás, marcou a história de muitas nações, de reis, de imperadores, navegadores e de mercadores. Ela viu nascer nações e novos mundo ao mesmo tempo em que se espalhava pela terra e era cultivada por diferentes motivos. Hoje muitos defende seu uso comercial, medicinal enquanto outros a veem como inimiga pública.
O museu Hash Marihuana Cáñamo & Hemp Museum instalado em Barcelona mostra a história desta planta, seus usos e as opiniões sobre ela ao longo dos séculos. Caminhar entre a coleção do museu é descobrir muito mais que a história da maconha, é conhecer a história do mundo e sua relação com o Cânhamo. Sendo assim, é um passeio para os amantes da ciência, da botânica, da medicina, das artes, da cultura e porque não da maconha.
O museu está dividido em 8 salas, todas com temas diferentes. Começamos pela sala da botânica onde se aprende sobre a origem da planta, condições de plantação e germinação. Aqui é onde aprendemos a distinguir a planta cannabis da maconha. A maconha é a flor seca da planta de cannabis, a fêmea não fertilizada. Nesta sala o visitante fica sabendo que nem toda cannabis produz cannabinoides, o composto psicoativo. Ou seja, algumas nem podem ser usadas como “drogas” porque não produzem suficiente THC.
A sala dos Antigos Maestros é um lugar ótimo para quem aprecia a arte no conceito mais ampla. A sala está repleta de pinturas holandesas do século XVII onde vemos referências ao Cânhamo e também ao ato de fumar maconha. Uma vitrine, no meio da sala, mostra pipas de fumar maconha de diferentes épocas, lugares e formas. Uma coleção impressionante.
A sala industrial é a minha preferida. Aqui é possível ver a história do cultivo do Cânhamo ao longo dos tempos. Você sabia, por exemplo, que a primeira bandeira dos Estados Unidos foi feita de Cânhamo? E que os navios de Colombo que foram a América tinham cordas feitas de fibra de Cânhamo e o que rejunte das madeiras dos navios era feito de uma goma desta planta? E você sabe porque Napoleão tentou invadir a Russia? Para ter acesso aos suministros de Cânhamo. Com o Cânhamo se podia fazer tanta coisa, que, no século XVIII, foi declarada uma das plantas mais úteis para o homem. Esta planta foi plantada intensivamente por toda à Europa e América, até que o algodão tomou o seu lugar. Uma parte da sala está destinada aos usos atuais da planta: tênis, sapatos, palha para forrar cama de bichos e até material para construção civil. Esta sala é tão legal que merece a pena ser visitada com atenção.
A sala histórica talvez seja mais conhecida dos amantes da maconha ou da história desta planta. Ela mostra a presença da planta na religião e em algumas sociedades. O que me chamou mais a atenção nesta sala foi o Clube do Haxixe. Um clube formado por diferentes escritores franceses, do século XIX, que se reuniam em um elegante hotel de Paris para fumar haxixe.
A sala cultural mostra a relação da maconha com os movimentos dos anos 60 nos filmes e na música. O que mais vai te surpreender nesta sala é descobrir que o Popeye era um maconheiro!! Não acredita? Não vou te contar e vou deixar você ir lá para descobrir. A sala da proibição conta como a maconha e o Cânhamo passaram a ser visto com maus olhos e como a planta passou a ser denomizada pela sociedade. Uma interessante forma de ver como a sociedade muda sua forma de olhar o mundo e entender as coisas.
Por fim, a sala médica mostra como a cannabis foi usada como medicamento no século XIX. Misturada a outras drogas, os remédios de cannabis eram receitados para combater dores do parto, menstruação e até histeria. Nesta sala tem vários vidrinhos para a gente se divertir e se admirar.
O museu da maconha de Barcelona é do mesmo dono do museu da maconha de Amsterdãm. Ben Dronkers coleciona artigos e obras de arte relacionadas com o Cânhamo e com a maconha a mais de 40 anos. Segundo me contaram, lá em Amsterdãm, ele tem um armazém gigante cheio de coisas. Até daria para fazer um terceiro museu. Além do museu, ele tem uma fábrica que produz artigos de Cânhamo, como palha para forrar jaula de animais como coelhos e outros roedores.
Eu gostei do passeio! Na verdade sai de lá conhecendo coisas novas e com uma ótima impressão do museu. Não é o tipo de lugar que quer tirar dinheiro de você. É um museu sério, com uma proposta legal e também com um acervo muito interessante. As salas que eu mais gostei foram as dos Antigos Maestros e a industrial, porque são bem históricas e eu adoro história. O Palau Mornau, a casa que abriga o museu, é uma jóia do modernismo e a visita ao edifício realmente vale a pena. Se você gosta ou não de maconha é outro assunto, mas se você é um curioso e gosta de saber coisas novas este museu pode ser uma boa.
Onde fica?
Carrer Ample, 35
Valor?
7,50 por pessoa
Horário?
Aberto todos os dias do ano das 10: às 22:00.
Festivos: abierto de 14:00 a 22:00
24 e 31 de Dezembro: aberto de 12:00 a 20:00
Como chegar?
Metro L3 – Estação Drassanes
Metro L4 – Estação Barceloneta
Obrigada ao Museu Hash Marihuana Cáñamo & Hemp Museum de Barcelona pela cortesia e visita guiada. A opinião expressa neste texto é sincera e única e exclusiva minha.
Definitely this is a place worth a visit!
Já passei várias vezes na frente, mas nunca entrei! Adorei o post, deu pra conhecer bastante sobre o museu e ficar com uma boa impressão tb! Só vou ter que pesquisar a história do Popeye! hehe
Bjs!!!
Oi Paula,
hahaha! Vai ter que ir lá para descobrir! Obrigada! Eu tb fiquei com uma boa impressão do museu.
Um beijo!
Oi, gostei muito também de saber deste museu. Eu sou curiosa e adoro história, entao quem sabe um dia o visito para sair sabendo mais sobre o assunto (tal qual voce).
Muito bom seu relato/esclarecimento.
Grata
Ilma, querida!
Muito obrigada. Eu tb gostei muito. Acho que o legal deste museu é quebrar um pouco com a falta de informação e o pré-conceito, pq ele é muito esclarecedor e até divertido.
Claro que vc virá aqui conhecê-lo. 🙂
Um beijo.